Déficit habitacional alcança 6,2 milhões de famílias no Brasil
Mais de 6,2 milhões de famílias vivem em residências inadequadas ou não têm moradia no Brasil. A atualização do déficit habitacional, com dados de 2022, foi divulgada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em coletiva de imprensa realizada em São Paulo, no dia 03 de abril. De acordo com a entidade, seriam necessários R$ 961 bilhões de investimento para solucionar a carência de domicílios no país.
O déficit registrado em 2022 teve aumento de 5% em relação a 2019, quando chegou a 5,8 milhões de domicílios, segundo dados da Fundação João Pinheiro. Para os próximos 10 anos, o estudo da CBIC mostrou que a demanda por novas habitações deve chegar a mais 6,5 milhões de novas moradias.
“A sociedade brasileira convive há muitos anos com carência de habitação, saneamento, estrada. Precisamos aproveitar o movimento de programas como o PAC, Minha Casa, Minha Vida, Nova Indústria Brasil para avançarmos e resolvermos esses gargalos sociais. Quando se investe em construção há o retorno econômico, com aumento de arrecadação, do PIB, geração de empregos. Mas há também o retorno social, com a dignidade e cidadania das famílias”, apontou o presidente da CBIC, Renato Correia.
O levantamento mostrou que cerca de 75% do déficit atual, quase cinco milhões de moradias, estão concentrados na faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que considera famílias com renda até R$ 2.640,00. O valor médio das habitações para esta faixa de renda é de R$ 135 mil.
Ieda Vasconcelos, economista da CBIC responsável pelo levantamento, destacou que o volume de recursos anunciado para o MCMV no período de 2023 a 2026, somado às contrapartidas, resulta em R$ 394 bilhões, apresentando um gargalo de mais de R$ 567 bilhões para alcançar o investimento necessário para suprir a escassez atual de moradias.
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A CBIC apresentou o impacto na economia do país caso o recurso total necessário para sanar o déficit fosse injetado na produção de novas moradias. Segundo Ieda, o valor aumentaria o PIB da construção em R$ 444 bilhões e elevaria a arrecadação de tributos em mais de R$ 507 bilhões, considerando os efeitos diretos, indiretos e induzidos. Seriam criados mais de 4,4 milhões de novos postos de trabalho na construção e mais de 12,5 milhões de novos empregos na economia, considerando outras atividades impactadas pelo crescimento da construção. “Sabemos que um aporte único desse montante é pouco provável. Mas nosso intuito é mostrar o forte impacto na economia, que alcançaria um incremento de 10% sobre o PIB”, contou a economista.
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Fonte: Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)