Consic debate sobre desafios habitacionais e expectativas para 2014
A expansão dos projetos de habitação no Brasil e em São Paulo e os desafios do setor construtivo estiveram no centro dos debates da reunião do Conselho Superior da Indústria da Construção (Consic / Fiesp), encontro conduzido pelo presidente dos Conselhos Deliberativos do Sinaprocim / Sinprocim e presidente do Consic, José Carlos de Oliveira Lima. Como convidados nesta última reunião do ano, participaram: a secretária nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, e o secretário da Habitação de São Paulo, Silvio Torres.
Déficit
Para José Carlos de Oliveira Lima, “existe um déficit habitacional muito grande no país, além de uma deficiência em pontos como infraestrutura e saneamento”. Para se ter uma idéia “o valor destinado ao crédito habitacional corresponde a 7,9% do PIB brasileiro, explicou Oliveira Lima. No Chile, esse percentual é de 11,5%, na Grã-Bretanha, chega a 8,4%. Temos uma expectativa de que o nosso crédito habitacional chegará em 2015 em torno de 10%, disse o presidente do Consic.
Minha Casa Minha Vida
Inês Magalhães informou que o programa Minha Casa Minha Vida está em seu quarto ano com mais de 3 milhões de unidades habitacionais contratadas, das quais 1,4 milhão já entregues. Essas ações somam investimentos totais de R$ 194 bilhões. “Em 2013, geramos 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos, com R$ 12,2 bilhões movimentados no primeiro semestre pelas atividades do programa”, explicou a secretária nacional de Habitação do Ministério das Cidades. No saldo total, as unidades habitacionais entregues pela iniciativa ao longo deste ano responderão por um terço da produção habitacional no Brasil e por 48% das unidades voltadas para cidadãos de baixa renda.
Segundo Inês, além do aumento da oferta de moradia, há outras questões a resolver em parceria com o setor de construção, como a entrega de imóveis com menos impacto ambiental, ou seja, sustentáveis, e com custos de condomínio reduzidos. “Esse é também um desafio do setor, o mercado precisa fazer esse esforço, tem esse papel na área de habitação”, disse.
Em São Paulo
No Estado de São Paulo, conforme informou na reunião do Consic o secretário estadual da Habitação, foram investidos R$ 2,2 bilhões em programas de moradia em 2013, por meio do Casa Paulista, devendo essa cifra se repetir em 2014. Em número de contratos, foram agilizadas 50 mil unidades ao longo do ano, podendo chegar a 60 mil. “Até o final de 2015, serão 120 mil contratos”, explicou Silvio França Torres. “Em torno de 80% dessas contratações já estão em obras”.
O fator sustentabilidade aliado a uma melhor qualidade dos imóveis entregues também é uma preocupação em São Paulo. “Antes eram apartamentos pequenos, sem muita qualidade de material”, afirmou Torres. “Agora usamos sistemas como o aquecimento solar, por exemplo, em alguns projetos”. Outro foco do governo paulista na área é a ajudar numa melhor gestão de condomínios na moradia popular. “Em alguns casos, fazemos um aporte de dois anos para que os moradores se acostumem com o pagamento do condomínio”, disse. De acordo com o secretário, outro objetivo é “ampliar as parcerias com o Governo Federal e com a Prefeitura de São Paulo” para aliviar o problema da falta de moradia no estado.
>> Veja apresentação da secretária Inês Magalhães.
Fonte: Agência Indusnet Fiesp