O que mudou com a revisão da norma técnica para parede de concreto?
Terminou a revisão da NBR 16055 “Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações – Requisitos e procedimento”, que abriu uma gama maior de possibilidades para a aplicação do sistema. O trabalho foi elaborado pela Comissão de Estudo de Paredes de Concreto (ABNT/CE-002:123.005) e substituiu a versão de 2012.
A norma estabelece os requisitos básicos para o sistema construtivo de paredes de concreto moldadas in loco, com fôrmas removíveis e armaduras distribuídas em toda a parede (barras e fios de aço ou telas de aço soldadas), para qualquer número de pavimentos.
Uma das prioridades da revisão da norma foi demonstrar que a tecnologia não se limita a projetos de prédios baixos. O novo texto desmistifica isso, deixando claro que o sistema atende qualquer número de pavimentos.
A norma revisada permite avançar sobre projetos de edificações de maior porte e altura, sobretudo quando permite termos paredes de 18 cm com tela centrada, orientando quando e onde deve-se refinar os modelos estruturais para a melhor análise e dimensionamento.
Confira a seguir alguns pontos relevantes.
Exemplos de inovações da nova NBR 16055 |
Definição do conceito de edifício simplificado
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Edificações de até cinco pavimentos e lajes de vão livre principal de, no máximo, 4 metros. Nesses casos, situações corriqueiras e de menor potencial de risco poderão ser tratadas de forma mais expedita na concepção, projeto e execução da estrutura; |
Concreto reforçado com fibras |
Poderá ser empregado em edifícios simplificados (até cinco pavimentos e lajes de vão livre principal de, no máximo, 4 metros);
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Análise Técnica de Projeto (ATP)
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Passa a ser obrigatória a contratação de ATP, simultânea ao projetista, para verificação de premissas, considerações de cálculo, verificação de detalhes construtivos e das especificações. Exceções: edifícios simplificados e empreendimentos repetidos, onde apenas o prédio ‘matriz’ deverá ser verificado. |
Armação |
Obrigatoriedade de utilização de telas duplas para espessuras de paredes superiores a 18 cm. Este limite era de 15 cm no texto anterior;
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Definição de responsabilidades do projetista estrutural e do tecnologista |
Projetista estrutural: resistência à compressão para desforma, resistência à compressão característica aos 28 dias, classe de agressividade, módulo de elasticidade e índice de retração.
Tecnologista: relação água-cimento e consumo mínimo de cimento (NBR 12655), consistência (abatimento do tronco de cone ou espalhamento) e índice de estabilidade visual. Observação: cabe ao construtor e ao tecnologista atingirem os valores especificados. O projetista especifica, mas a responsabilidade de atingir é da equipe de execução. |
Controle da retração
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Índice de retração definido pelo projeto estrutural, conforme NBR 16834 – Concreto – Determinação da variação dimensional (retração ou expansão linear). Para controlar a retração plástica, pode-se utilizar fibras poliméricas álcali resistentes. |
Conduítes
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Conduítes existentes nas paredes devem ser reforçados com telas nas duas faces, com, no mínimo, 30 cm de largura.
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Resistência da parede para desforma |
Possibilidade de usar o método da maturidade para calcular a resistência da parede para desforma. |
Após mais de dois anos de trabalho, o novo texto agregou maior clareza à NBR 16055, tornando-se uma norma prática, para uso efetivo como procedimento pelas construtoras.