NBR 16055 – Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações – Requisitos e procedimentos
Por Arnoldo Wendler*
Esta norma se aplica a edificações de qualquer número de pavimentos, com paredes de concreto convencional, com densidade normal entre 2000 e 2800 Kg/m³, com armaduras distribuídas em todo o painel e fôrmas removíveis (não incorporadas). As paredes e as lajes devem ser ligadas por armaduras e admite-se o último pavimento sem laje, desde que a borda superior receba o reforço especificado em norma
Como as paredes constituem a estrutura do edifício, os projetos de fôrma e escoramento, detalhes embutidos ou vazados e os projetos de instalações devem ser validados pelo projetista estrutural. As estruturas de fundação ou transição de concreto armado convencional devem ser calculadas simultaneamente com as paredes, em modelo estrutural único, para levar em consideração as deformações relativas entre os dois sistemas. Algumas simplificações são admitidas nos casos dos edifícios simplificados definidos no escopo (até 5 pavimentos, vãos de laje até 4m, pé-direito máximo de 3m, entre outros).
É necessária uma boa coordenação entre os projetistas de arquitetura, estrutura e instalações e observar as espessuras mínimas de paredes (10 cm no caso geral), comprimento máximo entre juntas de dilatação (25 m) e juntas de controle (6m para paredes externas e 8m para paredes internas). Não se admitem instalações no sentido horizontal em mais de 1/3 da parede, limitado ao comprimento máximo de 1m, desde que isso seja considerado e liberado pelo projetista de estruturas.
As armaduras mínimas (0,09% para as armaduras verticais e 0,15% para as armaduras horizontais) devem ser utilizadas nas paredes e em todas as ligações entre os elementos (parede x parede, parede x laje, parede x fundação).
Um dos pontos mais importantes de projeto é a especificação do concreto e a utilização do conhecimento sobre tecnologia do mesmo para conseguir um concreto com boa resistência inicial (a desenforma é realizada em poucas horas), boa trabalhabilidade com alta fluidez e baixa retração. Como concretamos as paredes e as lajes simultaneamente, precisamos especificar todas as características necessárias para cada uma das peças no mesmo concreto.
É muito importante ter, durante a execução, os cuidados com uma boa tecnologia do concreto, preenchimento de todos os espaços e cura constante.
As tolerâncias executivas são compatíveis com a precisão do sistema e com a necessidade de não introduzir flexões causadas por excentricidades. Normalmente se admitem imperfeições máximas de 10% da espessura da parede, limitadas a 1 cm.
A retirada do escoramento permanente deve ser especificada em projeto. Cuidados adicionais devem ser tomados com o alinhamento de escoras entre andares sucessivos e escoramento da escada.
* Arnoldo Wendler é engenheiro civil com pós-graduação em Engenharia de Estruturas, ambos pela Escola Politécnica da USP. Ex-professor da mesma escola das disciplinas Resistência dos materiais e Concreto armado. Ministrou matéria de Alvenaria Estrutural da Unicamp, em convênio com a ABCP, e é diretor da Wendler Projetos, de Campinas. Ministrou 243 palestras, cursos e seminários de Alvenaria Estrutural em 47 cidades, é coordenador do GT Normalização das Paredes de Concreto, membro da Abece e do Ibracon, coordenador da Comunidade da Construção em Campinas e do tema Alvenaria estrutural nos polos de Campinas, Belo horizonte, Brasília, Goiânia, São José dos Campos e Sorocaba.