O concreto e o sistema parede de concreto
Por Arcindo Vaquero y Mayor*
O concreto a ser usado no sistema parede de concreto (processo normalizado pela ABNT NBR 16055) é de extrema importância, já que é ele que responde pela qualidade e durabilidade estrutural do sistema, resistindo aos esforços da estrutura e passivando as armaduras.
Para que isso ocorra é importante escolher uma excelente empresa de concretagem (as afiliadas da ABESC), que tenha muita experiência nesse tipo de concreto e também muito conhecimento com a logística do processo.
Especificando o concreto conforme as Normas Brasileiras:
Primeiramente é preciso que o projetista informe:
- Qual é a resistência do concreto no momento da desenforma e a resistência característica do concreto na idade de controle fck, habitualmente aos 28 dias.
- Qual é a classe de agressividade do meio ambiente onde a obra será executada.
Isso determinará a relação água/cimento máxima e o consumo mínimo de cimento. É fundamental que esse concreto tenha Massa Específica entre 2300 e 2400 kgf/m³.
Nos casos de as lajes serem desenformadas precocemente pode ser necessário também especificar o Módulo de Elasticidade desse concreto em uma determinada carga especificada também pelo projetista.
Como a espessura das paredes é de no mínimo 100 milímetros e com uma tela soldada centrada, é importante que o concreto tenha uma grande trabalhabilidade e coesão usando, preferencialmente, concreto autoadensável, que está normalizado pela ABNT NBR 15823, que será bombeado com classe de espalhamento mínima SF1- 550 a 650 mm.
O concreto autoadensável permite:
- O bombeamento a grandes distâncias horizontais e verticais
- Otimização da mão de obra, melhorando aspectos de segurança
- Maior rapidez na execução da obra
- Excelente acabamento superficial
- Facilidade do nivelamento na concretagem das lajes
- Eliminação dos ruídos decorrentes do adensamento do concreto
Adicionalmente, são usadas fibras têxteis de polipropileno para combater tensões de retração. A dimensão máxima do agregado será menor ou igual a 12,5 mm.
O corpo técnico da concreteira deverá desenvolver um concreto homogêneo, com coesão adequada, habilidade passante e resistência a segregação. Esse desenvolvimento tem como objetivo conseguir um concreto, preferencialmente autoadensável, com boa superfície, minimizando operações de acabamento (estucagem) e também ter boa integridade das arestas, eliminando operações de retrabalho. Assim obtemos um concreto com boa relação custo / benefício.
Em conjunto com uma boa limpeza das fôrmas, aplicação de um bom agente desmoldante e um sistema de cura eficiente, os resultados obtidos serão muito bons.
Verifique as empresas associadas da ABESC no link www.abesc.org.br
Essas empresas cumprem as normas brasileiras e, em especial, a ABNT NBR 7212, que regula o concreto dosado em central.
* Arcindo Vaquero y Mayor é engenheiro civil formado na Universidade Mackenzie, com cursos de aperfeiçoamento nos Estados Unidos e na Suíça. Consultor na área de tecnologia do concreto dosado em central e meio ambiente, desenvolve trabalhos na ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem) e na FIPH (Federación Ibero Americana de Hormigón Premezclado) como vice-presidente técnico. É responsável por mais de 15 milhões de m³ de concreto aplicados.